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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Exercícios


Agora vamos ao exercício prometido!  Com 1hora e dez minutos de atraso :(

Método: Péladan, ou Cruz, ou mandala de cinco cartas.

Tiragem: Há variações quanto ao método de tiragem das cartas, de uma forma geral. Há aqueles que preferem tirar, eles mesmos, as cartas após o consulente cortar o baralho. Outros após embaralharem, e o consulente cortar o baralho, colocam as cartas em leque e pedem que o consulente retire as cartas em número necessário ao jogo. Não há certo ou errado, melhor ou pior, há apenas a sua forma de fazer. Eu, particularmente, em presença do consulente, prefiro que ele/a retire as cartas, como uma forma de imprimir, no processo, sua energia. Dessa maneira, sua própria sabedoria (mesmo que inconsciente), a respeito do assunto, pode manifestar-se, além de dar oportunidade para que os guias do consulente se manifestem, se tal for o caso.
Qualquer que seja o método que você use, deverão ser retiradas 5 cartas, e colocadas como ensinado no post do dia 29 de agosto

Você poderá, ou não, colocar uma carta que represente o tema da questão,  no centro da cruz, juntamente com a quinta carta.

Vamos ver dois exemplos de jogos: com e sem carta temática, e discutir suas interpretações.


Exemplo 1:

Pergunta: Conseguirei fazer uma viagem ao exterior, no final do ano, como é meu desejo?


 Vejamos o que o jogo nos diz:

Carta temática: O Navio, que nos fala das viagens longas ou para lugares distantes.

Carta 1 - (Pró) O Ramalhete nos diz que a viagem, se realizada, trará alegrias e momentos que ficarão para sempre como memórias felizes.

Carta 2 - (contra) A carta 34, Os Peixes, fala de assuntos ligados à matéria, especialmente dinheiro e outros bens. Nessa posição, esse arcano indica que recursos materiais, para a realização da viagem, podem faltar.

Carta 3 - (sugere o caminho a seguir) A carta 22, mostra que é chegada a hora de pesar os prós e os contras de realizar essa viagem no final deste ano. Sugere que a pessoa será confrontada com a necessidade de fazer uma escolha, e pode estar sujeita a um período de indecisão e incertezas.

Carta 4- (o futuro próximo, o devir possível diante dos prós e contras) A carta da âncora, mostra que durante algum tempo essa viagem não será realizada. O navio ainda ficará ancorado...

Carta 5- ( O X do problema) - A Carta 02, O Trevo, na nossa tradição, nos fala de obstáculos que, embora resultem em atrasos, poderão ser contornados no devido tempo.

Resumo: A viagem sofrerá algum atraso e não se dará na data prevista, por decisão da própria pessoa, diante de obstáculos de ordem financeira. Não há no entanto corte ou impedimento para que ela se realize num momento oportuno. Quando a viagem for possível, trará grande alegria e será muito especial!

Exemplo 2:


Para a mesma pergunta, o que esse outro jogo nos diz? (aqui não usamos a carta temática)

A viagem sofrerá atrasos por questões financeiras mas irá se realizar, trazendo muitas alegrias. A raposa na posição 3, sugere que se agirmos com inteligência, para contornar os problemas financeiros, iremos realizar nossa vontade (Navio na casa 4)

Gostaram?

No próximo post falaremos do muito amado Arcano 18!






 Abraços carinhosos!



Queridos amigos,
Sei que estou um pouco atrasada com a correspondência e as postagens, mas isso por circunstâncias alheias a minha vontade, embora felizes circunstâncias!!!
Obrigada pelos e-mails e mensagens deixadas, eles são nossa alegria :)

Quanto às dúvidas sobre jogos, enviem por e-mail se quiserem privacidade na resposta, ou pelo blog, se suas perguntas puderem ser respondidas publicamente e usadas como exercício. Neste caso, não publicarei o nome da pessoa, mas sua mensagem original ainda poderá ser vista na seção de mensagens.

As marcações de consulta, como envolvem dados pessoais, devem ser feitas por e-mail.

O próximo post trará exercícios sobre o Método Péladan ;)

Aguardem ainda hoje, o post prometido!!!




quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Um método eficaz!





O primeiro método que aprendi, e uso até hoje, tem o mérito de estabelecer, de antemão, a que se refere cada posição que as cartas podem assumir, e assim facilitar a leitura para aqueles que estão começando na arte, além de tornar bem objetiva a leitura para iniciantes e veteranos ;) 
Esse é um método que mostra diferentes aspectos de uma questão, além de ser um dos mais utilizados.
É conhecido como A Cruz, A Mandala de cinco cartas, ou como Método Péladan.

Esse método foi criado por Joséphin Péladan, para ser usado com os arcanos maiores do tarot tradicional, e teria sido passado verbalmente para Stanislas de Gaita (Mestre Rosacruz, assim como Péladan), que por sua vez o ensinou a seu discípulo Oswald Wirth, que o menciona em sua obra Le Tarot des imagiers du Moyen Age.

 


Este método, muito usado também para a leitura do Lenormand, nos chega com algumas variações, que veremos a seguir.



- Como fazer:
Formulamos claramente a questão que queremos analisar e sobre ela nos concentramos. São retiradas, então, cinco cartas (após embaralhar e cortar) que serão dispostas conforme o esquema:





Carta 1 Pró - Aquilo que é favorável ao tema, à questão, ao fato, ou à pessoa.
Carta 2 - Contra - Aquilo que irá prejudicar o desenvolvimento da questão da qual tratamos. O inimigo, o que devemos evitar.
Carta 3 - Juízo - Sugere o caminho a seguir, ou se refere à uma intervenção externa, sobre o assunto, que será importante.
Carta 4 - Sentença - O devir provável de uma situação, levando-se em conta, os prós e contras e sobretudo "o cerne" da questão, que é dado pela carta 5.
Carta 5 - Síntese, o X da questão, o consulente em relação à questão, a essência à qual tudo se relaciona. 

- Há quem o utilize (método Cruz), sem marcar as posições, fazendo uma leitura livre.
Na leitura livre estamos colocando, além do nosso conhecimento teórico, uma grande dose de intuição, já que não temos casas pré determinadas para nossa orientação. Se, por um lado, o método livre exige mais de nós, por outro, costuma nos dar leituras de grande insight, podendo inclusive falar de aspectos novos, e surpreendentes, da questão, já que a leitura não está "presa" a aspectos pré determinados. 
Eu, particularmente prefiro, para uma leitura livre, usar as cinco cartas dispostas lado a lado, deixando a mandala em Cruz, para o método de casas marcadas. 

- Algumas pessoas somam o número que representa cada um dos quatro arcanos já posicionados. Se a soma for maior que 36, deveremos somar os algarismos que compõe o número encontrado. O resultado revelará qual será a 5° carta. Eu, particularmente não tenho experiência com esta forma de jogar, e costumo tirar a quinta carta da mesma maneira como as outras foram tiradas.

- Outra variação interessante é colocar-se uma carta no centro, representando a questão/tema, ou a pessoa envolvida com a questão que queremos analisar. Teremos então, no centro, duas cartas: a escolhida por nós (carta tema, ou representativa de alguém) e a quinta carta tirada do deck.
Tenho excelentes resultados com essa variante.




- Uma coisa que devemos lembrar:  jogos onde casas são marcadas previamente, precisam de ser treinados até que o "acordo" entre você e seu baralho, seja firmado e confirmado. Isto é: Até que você perceba que aquele método específico funciona para você, e que as casas pré marcadas têm a força necessária para atrair a carta que melhor as represente.

No próximo Post, colocarei um jogo, como exercício, para trocarmos ideias sobre sua interpretação :)

Abraços carinhosos!

Deixem seus recados, perguntas e contribuições :)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

carta 17 - A cegonha

Nem seria necessário dizer como, no nosso imaginário, a cegonha acabou por se tornar uma simpaticíssima entregadora de algo totalmente novo, muito singular e que, quase sempre, vem trazer uma dose de alegria, promessas, entusiasmo e sonhos!
Difícil pensar em cegonhas e não pensar em bebês, que nada mais são do que uma explosão de vida que se inicia!
E quando não são desejadas, cegonhas e sua carga? Ainda assim, a novidade que ela traz, estabelecerá o início de um novo tempo. A cegonha passa, faz sua entrega e, nada será como antes!
E por que pensamos em cegonha como a entregadora de novidades? Aliás, da maior novidade possível: uma nova vida?
Pensando sobre isso encontrei na internet algumas coisas a respeito dessas simpaticíssimas aves, a saber:

- Antígona (não a personagem ligada à Édipo) mas a irmã do rei Príamo de Tróia, teve seus cabelos transformados em serpentes pela deusa Hera, após ver como Antígona se gabava de seus capilares adornos :)
Segundo Ovídeo, os deuses apiedando-se da sorte (má sorte) da pobre, transformaram-na em cegonha! Pois é! Por que? Para que? Eu, particularmente, não sei, mas imagino que, no mínimo essas aves deviam ser vistas com admiração e simpatia desde esse tempo... Senão não teríamos uma forma de consolo para a Antígona, pobrezinha, mas sim castigo sobre castigo rsrsrsr

- Diz uma lenda que havia uma ninfa muito amiga de uma deusa menor. Aconteceu, no entanto,  que tendo se casado com um mortal, a deusa foi expulsa do Olimpo, amaldiçoada e tornada estéril! A ninfa sabendo que a deusa desejava, mais do que tudo, ser mãe, resolveu por conta própria procurar uma criança que pudessse ser criada pela amiga. Procura e procura, a ninfa acaba encontrando um bebê abandonado numa cestinha que flutuava na águas de um rio.
Desnecessário dizer que, Zeus, o autor dos castigos, ficou furioso e transformou a ninfa em cegonha. A amável ninfa, que adorava crianças, resolveu, em vez de chorar sobre o leite derramado, viver sua vida procurando bebês abandonados para entregá-los à mulheres que não podiam gerar filhos.

- Conta-se que essa lenda teria dado origem (mas disso não temos certeza) à lenda escandinava sobre cegonhas. Diziam que, por serem aves fieis e confiáveis, faziam suas parcerias e ninhos, aos quais sempre retornavam, para chocarem seus ovos e cuidarem de suas crias. E, assim, quando uma cegonha fazia seu ninho próximo à chaminé de uma casa, era sinal de que logo, logo, alguém na casa engravidaria. O que isso nos diz? Que as cegonhas eram bem vindas a fazerem seus ninhos nos telhados das casas. Que eram benfazejas, por sua generosidade e fidelidade ao ninho, e que eram vistas como um símbolo da vida que se podia desejar para aqueles que moravam ali. Filhos novos, alimentados e cuidados!

- Voltando no tempo... Na Roma Antiga, foi criada uma lei que recebeu o nome de  Lex Ciconaria (Lei da Cegonha). Essa lei incentivava os jovens e crianças a cuidarem dos idosos com amor e responsabilidade. O nome da lei se refere ao fato de que, na observação dos Romanos, a cegonha era tida como um animal que cuidava com muito afinco dos seus filhotes e de cegonhas mais velhas ou doentes, levando-lhes alimentos e calor, para que pudessem começar ou recomeçar suas jornadas. A cegonha passa então a ser símbolo daquele que traz o alimento, para que a vida se renove e possa recomeçar, ou continuar em bases melhores :)

Bom...depois dessa rápida investigação, passei a entender a esperança, a alegria, e expectativa que a visão dessa ave nos dá!
Mas... A vinda de um bebê, ou de qualquer grande oportunidade, muda o rumo das coisas, trazendo junto necessidades de adaptação e de uma boa dose de coragem, além é claro, de uma reformulação de valores e metas a atingir, além de exigir que encaremos nossa responsabilidade no desenvolvimento daquela criança, ou de um projeto, nascidos pela vinda da cegonha! Isso é claro, pode ser assustador...
De qualquer maneira, é inegável que aquilo que vem pelo bico da cegonha é, na maior parte das vezes, muito bem vindo, e isso porque essa simpática e generosa ave não costuma trazer coisas ruins em si mesmas, muito pelo contrário! Tradicionalmente (e nossa alma sabe disso), o que vem via Cegonha, seja o que for, é sempre a possibilidade de novos rumos e nova vida.
Tomara que a gente sempre esteja preparada para abraçar o presente que nos chega!



O significado da cegonha no jogo:

Algo chega e traz mudanças! Isso nós sabemos, como também sabemos que existem outros arcanos envolvidos no com a função de trazer para nossa vida coisas novas e mudanças, mais ou menos profundas. Na verdade todas as cartas do lenormand nos falam de movimento, de mudanças, já que são representativas das mais diversas realidades, com as quais nos encontramos nesse mundo, e pelas quais nos movimentamos instante a instante, passo a passo, na vida que dizemos ser visível, cotidiana, real...

- A cegonha chega e a oportunidade se faz imediatamente presente. Novo local de trabalho, novos estudos, viagens... Não haverá processos demorados para que a mudança ocorra.
- A chegada da cegonha, num jogo, é como receber um presente!
- Podemos observar, por exemplo, uma mudança de polaridade... O velho se faz novo, as negatividades serão neutralizadas, a "mesmice" dá lugar à novidades.
- A cegonha poderá indicar gravidez, se acompanhada da carta da criança por exemplo.
- Pode estar representando alguém do sexo feminino, talvez uma amiga ou confidente, ou alguém (mulher) capaz de promover alguma importante mudança ou trazer alguma novidade que modificará algum aspecto da nossa vida.
- Quando aparece após cartas não muito positivas, podemos ficar mais tranquilos porque a situação problemática tende a mudar.
- Cartas negativas, ou de términos, quando  próximas podem sugerir que estamos diante do caso de uma novidade que provocando medo ou desconforto, não será aproveitada como uma oportunidade, ou nem será percebida como tal. 
- Em casos muito particulares, ligados à saúde, quando acompanhada da foice, e outras cartas negativas, pode indicar aborto provocado, e quando acompanhada pela carta 08, pode indicar aborto espontâneo. Uma cuidadosa interpretação das circunstâncias, e demais cartas, será necessária. Se a possibilidade parece existir, devemos aconselhar a consulente a fazer uma visita ao seu médico, adiantando se necessário a consulta de pré-natal, dizendo que esse cuidado extra será vantajoso, para que tudo continue correndo bem.

Polaridade: Carta positiva, que traz bons augúrios ;)

... Que saibamos, sempre, reconhecer uma oportunidade, uma benção, um presente da vida!

Abraços carinhosos!

domingo, 5 de agosto de 2012

Conversando sobre métodos e jogos...


Vamos conversar um pouco à respeito dos  jogos que podem ser feitos utilizando-se o Lenormand?
A primeira coisa que vou dizer é que são inúmeros! Eu arriscaria dizer que, potencialmente, são tão numerosos quanto a imaginação humana. Por outro lado,  nem todos os métodos são tradicionalmente usados pelo povo cigano (o que não invalida o método), ou se tornam conhecidos pela "comunidade" dos amantes do Lenormand. De fato, não conhecemos, eu pelo menos não conheço, a origem da imensa maioria dos métodos de uso frequente. Acredito que esses métodos surjam da intuição de alguém que, uma vez comprovando sua eficácia, passa a ensiná-lo e divulgá-lo. Muitas vezes os métodos surgem de algo que poderíamos chamar de inspiração, venha ela de um guia espiritual ou das profundezas de nossa alma. Mas como esses jogos são divulgados? Hoje, é bastante compreensível como isso se dá, afinal estamos em tempo de internet! Nossos blogs, ou sites, podem tornar conhecidos e divulgar, quantos jogos tenham sido utilizados por nós. Mas... Como isso de dava anteriormente?


Posso imaginar ciganas experientes ensinando, às jovens ciganinhas, desde os jogos de interpretação mais simples, aos mais exigentes. Passando-os de geração em geração, à volta das fogueiras dos acampamentos ou no interior de suas tendas utilizando, desde tempos remotos, as cartas comuns de jogar, e as lâminas de tarot ou tarocchi (que são anteriores ao Petit Lenormand, também conhecido como baralho cigano).



Como aconteceu com grande parte do conhecimento humano, o método oral de difusão da cartomancia, por ciganos e não ciganos, foi usado por longo tempo (e ainda o é), antes da invenção dos tipos móveis de impressão de Gutenberg, e da produção em massa de livros.
O importante, nesse caso particular, é que, em algum momento, essa arte particular ganhou a atenção de uma elite intelectual interessada em assuntos ditos esotéricos, ou herméticos, ou seja, ligados ao conhecimento doutrinário, ou filosófico, até então tidos como ocultos, ou de conhecimento apenas de determinados grupos. A partir daí, estudos, por exemplo, sobre os arcanos do Tarot tradicional passaram a fazer parte de obras escritas, saindo da transmissão pessoa-a-pessoa, e ganhando uma divulgação cada vez mais abrangente. Este fato abriu portas para que os mais variados decks de cartas surgissem e fossem divulgados, inspirados no tarot tradicional ou no baralho de jogar comum, ou em ambos! Sem falar que tanto o nosso Lenormand, como o Tarot tradicional, foram sendo estudados, não apenas por si mesmos, mas à luz de outras artes, ou ciências, ou doutrinas, como astrologia, numerologia, Kabalah, mitologias e seus panteões, como o egípcio, grego, africano, "Arturiano", celta, nórdico, wiccano...


... Enfim, hoje temos uma enorme variedade de livros sobre esses estudos, e de novos decks que surgem frequentemente. Alguns mantém os 36 arcanos do nosso Lenormand (o petit Lenormand), e suas interpretações tradicionais, acrescentando-lhes símbolos de outras artes, ou simplesmente modificando suas representações gráficas de acordo com uma estética que valorize uma visão pessoal do autor.



De qualquer modo, o principal elemento visual de cada carta do baralho Lenormand será facilmente reconhecido. Os que mantém essas características trazem a denominação "Lenormand" acoplada a seu nome, e suas cartas podem ser estudadas como as do Lenormand tradicional.
Com a produção industrial de decks tão variados, tornou-se usual a publicação de livretos ensinando, de forma muito reduzida, alguma coisa sobre as cartas, e sugerindo algum método de jogo. Desnecessário dizer que os métodos sugeridos variam bastante.
Acredito também que métodos de leitura das cartas do baralho comum, ou do Tarot, tenham sido adaptadas para serem usadas com o Lenormand (de aparecimento mais recente), ao mesmo tempo que, por suas características próprias, o baralho cigano (petit lenormand) tenha suscitado a criação de métodos a serem usados especialmente com ele. Imagino que assim tenha surgido o chamado Grande Jogo, ou Mesa Real, ou ainda Grand Tableau, o mais tradicional método de leitura dessas cartas! É preciso que se diga que até mesmo o método, tradicionalíssimo, da Mesa Real não é jogado com  variações tanto quanto à disposição das cartas, quanto ao que se deve considerar na leitura.


Para a Mesa Real,  usamos todas as 36 cartas do Lenormand, dando origem, portanto, à um jogo complexo e que exige bastante tempo para sua interpretação, bem como um grande conhecimento dos arcanos e suas relações. Talvez, por isso mesmo, tenham surgido tantos, e diferentes, métodos de leitura! - Para que certos assuntos pudessem ser vistos com mais rapidez, é claro! Como resultado, hoje temos tiradas que usam números diferentes de cartas, que vão de 01 a 36!

Na Mesa Real, cada casa corresponde a um determinado aspecto, inspirado pelo arcano de número correspondente. Por ex: Casa 5 está relacionada à saúde e força (energética) vital, já que o Arcano 5, a Árvore, nos fala sobre isso! Então relacionamos a carta que ocupa uma casa ao tema dessa casa. Como no grande jogo, existem outros jogos que têm os significados de suas casas também marcados, embora usem um número menor de casas,  dispostas segundo um padrão que propicie uma leitura mais direta ou simplificada .
Outros jogos que usam um número bem menor de cartas, e não têm casas ou posições marcadas, devem  ser lidos como uma história que se desenrola, ou como uma frase. Esses são os jogos de leitura livre e exigem também muito domínio da interação entre as cartas, para que se possa uni-las de modo a adquirirem um sentido.
Algumas pessoas usam, com sucesso, os jogos que respondem apenas SIM ou NÃO, de acordo com a polaridade das 03 cartas que saírem (positivas, negativas ou neutras), sem levar em conta o significado das mesmas.
Alguns jogam usando uma carta tema, para potencializar a natureza do assunto a ser estudado, atraindo assim os arcanos que melhor expressam o aspecto/estado presente daquele tema... Outros preferem tirar um número X de cartas e lê-las livremente. Neste caso, se entre elas sair a carta tema, que representa o assunto sobre o qual se quer uma resposta,  ela será considerada como uma confirmação, uma dica de que se está diante de uma resposta particularmente clara e acurada. ;)

Enfim, como disse no início, são inúmeros os métodos usados. Qual, o melhor?

O melhor é, e será sempre, aquele com o qual nos sentimos mais à vontade, por já nos ter respondido, com eficiência, inúmeras vezes. Sim... Para sabermos qual é, em determinadas circunstancias, para nós, o melhor método, temos que praticar, repetir, e experimentar!
Por outro lado, é inegável: Não há método mais abrangente que a Mesa Real. Ela fala de pelo menos 36 aspectos da vida, e fala do passado, do presente, e de um futuro provável. Quando eu disse "pelo menos 36", eu estava me referindo ao fato da leitura não se limitar às 36 casas, mas ir muito além! Há histórias a serem lidas nas colunas verticais (que falam do tempo), nas cartas que circundam cada casa, nas chamadas 4 extremidades da mesa, além do que se pode ler horizontalmente, e as mensagens que aparecem ao retirarmos as cartas da mesa, duas a duas!
A mesa real pode parecer difícil, e de fato é rsrsrs...mas é também um grande desafio, uma grande viagem, uma delícia de enigma a ser decifrado, e a melhor representante da magia das cartas ciganas! ;)
Vamos continuar o estudo dos arcanos ao mesmo tempo que iremos começar a exercitar métodos de jogos. O que acham?

Deixo com vocês meu carinho!

Espero suas sugestões... Deixem seus recados ;)








sexta-feira, 20 de julho de 2012

Feliz dia dos amigos!



Queridos amigos,
tenham um dia maravilhoso.
O meu já está sendo graças às suas presenças!
Obrigada a cada um que passa, por aqui, deixando seu comentário e seu carinho! A sua visita é o que faz valer nosso trabalho, que na verdade é muito gostoso ;) ... Mas, sem vocês seria vazio, não é? É! Então... Que nossa troca de experiências continue enriquecendo minha vida, e que possa enriquecer, ao menos um pouco, a de vocês!
Beijos






quarta-feira, 18 de julho de 2012



Oi amigos!
Antes de continuarmos o estudo dos arcanos, vamos trocar algumas ideias sobre o jogo com o baralho cigano, mas não do ponto de vista dos inúmeros modos de colocar as cartas, pois são mesmo numerosas as formas de usar o Lenormand! Em vez disso, vamos falar, um pouco, daquilo que antecede o jogo propriamente dito.
Vou tentar organizar esse post, à maneira de perguntas e respostas, baseando-me em minhas próprias dúvidas quando iniciei o aprendizado e nas perguntas que me são feitas mais frequentemente.
Depois, como um bom exercício, falarei de um método simples, mas muito eficaz, de entrar em contato com as nossas queridas cartas.

Algumas perguntas:

1 - Devemos jogar para nós mesmos?
 Num mundo ideal, a resposta seria não, mas vamos falar francamente! Como estudar? Como ganhar intimidade com os arcanos? Como corrigir-nos? Como chegar à conclusão do melhor método, de jogo, para cada necessidade?
Geralmente somos desaconselhados a fazer isso, e aconselhados a procurar alguém que leia para nós. Isto seria o ideal, sim, mas não é possível sair em busca de quem leia para nós tantas vezes quantas necessárias para aprendermos a arte. Por outro lado seria justo e ético aprendermos, desde os primeiros passos, lendo para os outros? Acho que não. Então o que fazer?
Meu conselho seria o seguinte: comece com jogos pequenos que não envolvam assuntos de grande importância. Ao explorarmos certas áreas da nossa realidade, poderemos estar tão ansiosos que se torna impossível uma leitura eficiente. Nossos desejos, medos e outros sentimentos não nos tornam aptos à uma leitura aberta e livre. Por outro lado, se explorarmos assuntos que não nos deixem ansiosos, poderemos ter a abertura necessária para deixar o baralho falar e a nossa intuição agir. Assim, eu jamais perguntaria sobre algo cuja resposta poderia me desestabilizar. Preferiria pedir orientações ou explorar assuntos que não fossem muito "delicados".
A coisa fica um pouco mais difícil quando começamos a jogar para os outros, isso porque, habitualmente, "os Outros" são família ou amigos chegados (Dificilmente começamos jogando para desconhecidos)... Ao jogarmos para essas pessoas que nos são próximas, devemos ter o bom senso em admitir que nós, também, estaremos emocionalmente ligados aos assuntos mais delicados e graves que possam estar incomodando essa pessoa querida. Por outro lado, não poderemos evitar que esse amigo, ou parente, faça perguntas cujas as respostas possam ter grande impacto. Então se esse for o caso, e se você se sentir muito ansioso pela resposta que poderá ter, fale francamente e decida se vai jogar ou encaminhar a pessoa para algum colega. Se isso não for possível, use de todos os meios possíveis para acalmar-se, mantendo a mente o mais neutra possível em relação ao assunto, sem fazer juízos de valor ou focar num resultado desejado, ou temido! O medo, poderá ser tão forte, que as cartas poderão refletir esse medo. Afinal, lidamos com trocas de energia! A nossa, a do consulente, a intrinsecamente ligada ao assunto propriamente dito, a energia das cartas e dos guias e protetores. A nossa energia durante tirada de cartas deve ser de uma neutralidade receptiva e não ativa. O que equivale dizer que não devemos jogar na mesa, nossas opiniões, desejos ou medos. As energias ativas serão as do consulente que trará, para o jogo, sua postura diante do assunto, a força que o assunto tem em si mesmo, e como atuam as várias forças que estão agindo sobre a questão (ainda que o consulente não tenha a consciência delas)
Já no momento da leitura, devemos estar tranquilos para ler o que o baralho nos diz, usando nosso conhecimento e intuição.

2 - Quem deve tirar as cartas?
 As opiniões são bastante variáveis. Eu, particularmente, prefiro que o consulente retire as cartas do baralho, porque é aí que, entre outras coisas, vai se estabelecer a sincronicidade ou o princípio de que as cartas tiradas irão refletir o momento de quem as tira, já que há uma atração entre duas coisas semelhantes: Aquilo que o consulente é ou sabe, mesmo sem ter essa consciência, e o arcano que traduz esse conhecimento que vem do próprio consulente (via inconsciente, via guias, protetores, via inconsciente coletivo, dependendo do que se acredite).
Gosto de deixar que a força do consulente, obviamente presente em seus próprios assuntos, se manifeste.
De qualquer modo, faça o que seu coração mandar. Alguns preferem servir como veículo entre a energia que captam do consulente, e as cartas. Outros preferem deixar que a energia do outro flua livremente, para só interferir na hora de analisar, e intuir (inclusive através da inspiração que venha de seus próprios guias) a resposta das cartas à essa energia.

3- Cartas caíram durante o ato de embaralhar. O que fazer?
Isso pode acontecer de duas formas: A gente sente que fez algum movimento de forma desajeitada, e como resultado, cartas caíram... ou, enquanto estamos embaralhando as cartas com movimentos firmes, mentalizando a pergunta do consulente, alguma ou algumas cartas "pularam" do baralho. "Pular" descreve bem esse acontecimento. :)
No primeiro caso eu as recolho e torno a colocá-las no maço. No caso de cartas "que pulam" das nossas mãos, eu as considero como uma mensagem importante sobre o assunto. Após interpretá-las, eu as devolvo ao baralho.
No meu caso isso costuma acontecer com bastante frequência :)

4 - Por que o consulente deve cortar o baralho e quando?
Deve cortá-lo no início do jogo (para "cortar" qualquer resíduo energético de outras consultas) e depois, cada vez que houver uma mudança de foco ou assunto. É uma forma de dizer ao baralho e a nós mesmos (cartomante e consulente) que terminamos a exploração de um assunto e que exploraremos outro. A ato de cortar, diz de uma forma muito clara que a energia ligada à jogada anterior deve ser descontinuada para que a energia de um novo assunto seja dominante. 

5 - Por que cortar em três?
Bom, não é obrigatório que seja assim, mas o número 3 traz, em si, o conceito de manifestação, ou expressão, o que, aliás, é o propósito do jogo: Que as forças atuantes, as singularidades das questões, o devir das situações, se manifestem através dos arcanos!
O número um (01) que simboliza, em vários sistemas, o princípio criador (fálico, masculino), a centelha primeira, é recebido (englobado) pelo número dois (02/ feminino), uma espécie de útero, onde se desenvolve e se articula enquanto ideia. O que foi gestado, isto é, a ideia que foi desenvolvida precisa, agora, "nascer" e se manifestar! Essa manifestação, ou seja, o movimento gerado pela união 1+2, acontece no três. De fato, o três (03) indica o movimento que algo faz para se tornar expresso, conhecido. O lenormand serve exatamente para expressar algo e tornar conhecido aquilo que está além das aparências.

6 - Que tipos há de jogos?
- Temos os jogos abrangentes, que falam sobre vários aspectos da realidade vivida por alguém, como,
a chamada Grande Mesa, Mesa Real ou Grand Tableau. Esse jogo utiliza todos os 36 arcanos, e nos fala, com uma profundidade impressionante, sobre vários aspectos da vida do consulente. Por isso mesmo, é um jogo demorado, que exige um bom domínio do significado dos arcanos e suas interações.
Ainda nessa categoria temos outros jogos que utilizam um número menor de cartas, mas que oferecem também uma visão geral do momento vivido pelo consulente.
- Temos jogos direcionados, onde exploramos, profundamente, um determinado assunto. Todas as cartas se referem à uma mesma questão. Quase sempre usamos cartas temáticas para reforçar a natureza daquilo que queremos explorar. 
- Temos os jogos do tipo SIM ou NÃO
- Temos os jogos de mensagem, onde tiramos uma, duas ou três cartas, e deixamos que a sabedoria desse método se manifeste, espontaneamente, sobre algum assunto ou em forma de um conselho ou lembrete.

7 - Quando não devemos jogar?
Quando estamos (nós, ou o consulente) doentes, sobre stress mental, energeticamente desequilibrados, ou quando fizemos uso de bebida alcoólica. 
Quando o assunto nos causar angústia, medo ou qualquer sensação que impeça a nossa neutralidade.
Dependendo da fé que se tenha, não se deve jogar em datas que coincidam com eventos que exijam, dos fieis, jejum e recolhimento. Para os católicos (incluindo o Povo Cigano) não se deve jogar no período que vai da quarta-feira de cinzas à Sexta-feira da Paixão. 
O período do Carnaval também deve ser evitado, pois há um grande acúmulo de energias conflitantes, desordenadas, e potencialmente perigosas do ponto de vista espiritual.
Algumas pessoas não jogam depois das 22:00 horas. Eu, particularmente, não gosto de jogar no período de 23:00 às 03:00hrs.
A mulher grávida deve usar de bom senso e evitar dispender energia, ou se expor à energia alheia, principalmente no início e fim da gravidez.
A menstruação não é interdito para o jogo.
Deve-se evitar o jogo, no dia em que se visitou um cemitério, para enterro ou para qualquer outra atividade.
E o mais importante, eu não aconselho que você jogue quando, mesmo sem motivo aparente, seu coração pede que não o faça. Nesse caso, é quase certo que, em algum momento do dia você irá entender o motivo ;)

8 - O que fazer antes do jogo?
O ritual anterior ao jogo é variável, e uma vez tendo chegado à uma forma satisfatória, deve ser repetido, sempre que possível, mas com muito cuidado para que não se torne automático e sem energia! Uma boa forma de fazer isso é que (à parte de orações que você use habitualmente), você faça uma oração espontânea, para aquele dia em particular, incluindo o nome do consulente, ou o seu próprio se for o caso, além de algo que nasça da sua sensibilidade naquela hora.
Por que usar um ritual? A forma de preparar a mesa, as orações habituais, as saudações a anjos, santos, guias e protetores, ou a forma de se concentrar se você não usar o baralho espiritualmente, "avisam" a seu corpo, mente, e alma, que se preparem para desempenhar a arte, ao mesmo tempo que comunicam ao astral, que essa é uma hora sagrada e consagrada à leitura das cartas.

9 - Devo cobrar?
Sim. Não necessariamente em espécie, se você quiser fazer uma caridade para alguém, mas recomendo que algo (vela, fita, moeda dourada, flor etc) lhe seja dado. Isto será uma forma de receber algo pela energia que você irá despender, mantendo a energia circulando. Por outro lado é tradição do povo cigano cobrar por aquilo que oferece, e que é parte de seu ganha pão. Dinheiro é uma forma de energia circulante e é legítimo que recebamos pelo nosso trabalho, como qualquer outro profissional.

10 - Toda essa preparação também deve ser feita quando vamos estudar?
Não necessitamos, nesse caso, de ter todos os elementos já estudados ou de fazer o ritual de abertura. Para os estudos, podemos chegar à uma preparação mais simples, como acender uma vela, e colocar um copo de água, ou apenas acender um incenso, ou fazer simplesmente fazer uma oração pedindo proteção e luz durante o exercício. O mesmo pode se aplicar, em alguns casos, em jogos para terceiros. Tudo que colocamos na mesa são símbolos, e se você os tiver dentro de si, num caso de necessidade, serão prescindíveis, afinal, você não precisa deixar de ajudar alguém porque não está no seu ambiente normal de jogo e com tudo organizado! Mentalize o seu espaço sagrado, faça suas orações ou rituais pessoais, e quando se sentir ligado/a à arte, ao seu baralho, aos guias e às crenças que lhe são caras, Jogue!

Vejo que este post já está muito grande rsrsrs, então vamos deixar os exemplos de jogos para a próxima postagem  :)

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Que Santa Sara nos abençoe, que os Mestres Ciganos nos orientem, e que os ciganos, que caminham conosco, estejam presentes a cada passo dessa jornada!