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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Um método eficaz!





O primeiro método que aprendi, e uso até hoje, tem o mérito de estabelecer, de antemão, a que se refere cada posição que as cartas podem assumir, e assim facilitar a leitura para aqueles que estão começando na arte, além de tornar bem objetiva a leitura para iniciantes e veteranos ;) 
Esse é um método que mostra diferentes aspectos de uma questão, além de ser um dos mais utilizados.
É conhecido como A Cruz, A Mandala de cinco cartas, ou como Método Péladan.

Esse método foi criado por Joséphin Péladan, para ser usado com os arcanos maiores do tarot tradicional, e teria sido passado verbalmente para Stanislas de Gaita (Mestre Rosacruz, assim como Péladan), que por sua vez o ensinou a seu discípulo Oswald Wirth, que o menciona em sua obra Le Tarot des imagiers du Moyen Age.

 


Este método, muito usado também para a leitura do Lenormand, nos chega com algumas variações, que veremos a seguir.



- Como fazer:
Formulamos claramente a questão que queremos analisar e sobre ela nos concentramos. São retiradas, então, cinco cartas (após embaralhar e cortar) que serão dispostas conforme o esquema:





Carta 1 Pró - Aquilo que é favorável ao tema, à questão, ao fato, ou à pessoa.
Carta 2 - Contra - Aquilo que irá prejudicar o desenvolvimento da questão da qual tratamos. O inimigo, o que devemos evitar.
Carta 3 - Juízo - Sugere o caminho a seguir, ou se refere à uma intervenção externa, sobre o assunto, que será importante.
Carta 4 - Sentença - O devir provável de uma situação, levando-se em conta, os prós e contras e sobretudo "o cerne" da questão, que é dado pela carta 5.
Carta 5 - Síntese, o X da questão, o consulente em relação à questão, a essência à qual tudo se relaciona. 

- Há quem o utilize (método Cruz), sem marcar as posições, fazendo uma leitura livre.
Na leitura livre estamos colocando, além do nosso conhecimento teórico, uma grande dose de intuição, já que não temos casas pré determinadas para nossa orientação. Se, por um lado, o método livre exige mais de nós, por outro, costuma nos dar leituras de grande insight, podendo inclusive falar de aspectos novos, e surpreendentes, da questão, já que a leitura não está "presa" a aspectos pré determinados. 
Eu, particularmente prefiro, para uma leitura livre, usar as cinco cartas dispostas lado a lado, deixando a mandala em Cruz, para o método de casas marcadas. 

- Algumas pessoas somam o número que representa cada um dos quatro arcanos já posicionados. Se a soma for maior que 36, deveremos somar os algarismos que compõe o número encontrado. O resultado revelará qual será a 5° carta. Eu, particularmente não tenho experiência com esta forma de jogar, e costumo tirar a quinta carta da mesma maneira como as outras foram tiradas.

- Outra variação interessante é colocar-se uma carta no centro, representando a questão/tema, ou a pessoa envolvida com a questão que queremos analisar. Teremos então, no centro, duas cartas: a escolhida por nós (carta tema, ou representativa de alguém) e a quinta carta tirada do deck.
Tenho excelentes resultados com essa variante.




- Uma coisa que devemos lembrar:  jogos onde casas são marcadas previamente, precisam de ser treinados até que o "acordo" entre você e seu baralho, seja firmado e confirmado. Isto é: Até que você perceba que aquele método específico funciona para você, e que as casas pré marcadas têm a força necessária para atrair a carta que melhor as represente.

No próximo Post, colocarei um jogo, como exercício, para trocarmos ideias sobre sua interpretação :)

Abraços carinhosos!

Deixem seus recados, perguntas e contribuições :)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

carta 17 - A cegonha

Nem seria necessário dizer como, no nosso imaginário, a cegonha acabou por se tornar uma simpaticíssima entregadora de algo totalmente novo, muito singular e que, quase sempre, vem trazer uma dose de alegria, promessas, entusiasmo e sonhos!
Difícil pensar em cegonhas e não pensar em bebês, que nada mais são do que uma explosão de vida que se inicia!
E quando não são desejadas, cegonhas e sua carga? Ainda assim, a novidade que ela traz, estabelecerá o início de um novo tempo. A cegonha passa, faz sua entrega e, nada será como antes!
E por que pensamos em cegonha como a entregadora de novidades? Aliás, da maior novidade possível: uma nova vida?
Pensando sobre isso encontrei na internet algumas coisas a respeito dessas simpaticíssimas aves, a saber:

- Antígona (não a personagem ligada à Édipo) mas a irmã do rei Príamo de Tróia, teve seus cabelos transformados em serpentes pela deusa Hera, após ver como Antígona se gabava de seus capilares adornos :)
Segundo Ovídeo, os deuses apiedando-se da sorte (má sorte) da pobre, transformaram-na em cegonha! Pois é! Por que? Para que? Eu, particularmente, não sei, mas imagino que, no mínimo essas aves deviam ser vistas com admiração e simpatia desde esse tempo... Senão não teríamos uma forma de consolo para a Antígona, pobrezinha, mas sim castigo sobre castigo rsrsrsr

- Diz uma lenda que havia uma ninfa muito amiga de uma deusa menor. Aconteceu, no entanto,  que tendo se casado com um mortal, a deusa foi expulsa do Olimpo, amaldiçoada e tornada estéril! A ninfa sabendo que a deusa desejava, mais do que tudo, ser mãe, resolveu por conta própria procurar uma criança que pudessse ser criada pela amiga. Procura e procura, a ninfa acaba encontrando um bebê abandonado numa cestinha que flutuava na águas de um rio.
Desnecessário dizer que, Zeus, o autor dos castigos, ficou furioso e transformou a ninfa em cegonha. A amável ninfa, que adorava crianças, resolveu, em vez de chorar sobre o leite derramado, viver sua vida procurando bebês abandonados para entregá-los à mulheres que não podiam gerar filhos.

- Conta-se que essa lenda teria dado origem (mas disso não temos certeza) à lenda escandinava sobre cegonhas. Diziam que, por serem aves fieis e confiáveis, faziam suas parcerias e ninhos, aos quais sempre retornavam, para chocarem seus ovos e cuidarem de suas crias. E, assim, quando uma cegonha fazia seu ninho próximo à chaminé de uma casa, era sinal de que logo, logo, alguém na casa engravidaria. O que isso nos diz? Que as cegonhas eram bem vindas a fazerem seus ninhos nos telhados das casas. Que eram benfazejas, por sua generosidade e fidelidade ao ninho, e que eram vistas como um símbolo da vida que se podia desejar para aqueles que moravam ali. Filhos novos, alimentados e cuidados!

- Voltando no tempo... Na Roma Antiga, foi criada uma lei que recebeu o nome de  Lex Ciconaria (Lei da Cegonha). Essa lei incentivava os jovens e crianças a cuidarem dos idosos com amor e responsabilidade. O nome da lei se refere ao fato de que, na observação dos Romanos, a cegonha era tida como um animal que cuidava com muito afinco dos seus filhotes e de cegonhas mais velhas ou doentes, levando-lhes alimentos e calor, para que pudessem começar ou recomeçar suas jornadas. A cegonha passa então a ser símbolo daquele que traz o alimento, para que a vida se renove e possa recomeçar, ou continuar em bases melhores :)

Bom...depois dessa rápida investigação, passei a entender a esperança, a alegria, e expectativa que a visão dessa ave nos dá!
Mas... A vinda de um bebê, ou de qualquer grande oportunidade, muda o rumo das coisas, trazendo junto necessidades de adaptação e de uma boa dose de coragem, além é claro, de uma reformulação de valores e metas a atingir, além de exigir que encaremos nossa responsabilidade no desenvolvimento daquela criança, ou de um projeto, nascidos pela vinda da cegonha! Isso é claro, pode ser assustador...
De qualquer maneira, é inegável que aquilo que vem pelo bico da cegonha é, na maior parte das vezes, muito bem vindo, e isso porque essa simpática e generosa ave não costuma trazer coisas ruins em si mesmas, muito pelo contrário! Tradicionalmente (e nossa alma sabe disso), o que vem via Cegonha, seja o que for, é sempre a possibilidade de novos rumos e nova vida.
Tomara que a gente sempre esteja preparada para abraçar o presente que nos chega!



O significado da cegonha no jogo:

Algo chega e traz mudanças! Isso nós sabemos, como também sabemos que existem outros arcanos envolvidos no com a função de trazer para nossa vida coisas novas e mudanças, mais ou menos profundas. Na verdade todas as cartas do lenormand nos falam de movimento, de mudanças, já que são representativas das mais diversas realidades, com as quais nos encontramos nesse mundo, e pelas quais nos movimentamos instante a instante, passo a passo, na vida que dizemos ser visível, cotidiana, real...

- A cegonha chega e a oportunidade se faz imediatamente presente. Novo local de trabalho, novos estudos, viagens... Não haverá processos demorados para que a mudança ocorra.
- A chegada da cegonha, num jogo, é como receber um presente!
- Podemos observar, por exemplo, uma mudança de polaridade... O velho se faz novo, as negatividades serão neutralizadas, a "mesmice" dá lugar à novidades.
- A cegonha poderá indicar gravidez, se acompanhada da carta da criança por exemplo.
- Pode estar representando alguém do sexo feminino, talvez uma amiga ou confidente, ou alguém (mulher) capaz de promover alguma importante mudança ou trazer alguma novidade que modificará algum aspecto da nossa vida.
- Quando aparece após cartas não muito positivas, podemos ficar mais tranquilos porque a situação problemática tende a mudar.
- Cartas negativas, ou de términos, quando  próximas podem sugerir que estamos diante do caso de uma novidade que provocando medo ou desconforto, não será aproveitada como uma oportunidade, ou nem será percebida como tal. 
- Em casos muito particulares, ligados à saúde, quando acompanhada da foice, e outras cartas negativas, pode indicar aborto provocado, e quando acompanhada pela carta 08, pode indicar aborto espontâneo. Uma cuidadosa interpretação das circunstâncias, e demais cartas, será necessária. Se a possibilidade parece existir, devemos aconselhar a consulente a fazer uma visita ao seu médico, adiantando se necessário a consulta de pré-natal, dizendo que esse cuidado extra será vantajoso, para que tudo continue correndo bem.

Polaridade: Carta positiva, que traz bons augúrios ;)

... Que saibamos, sempre, reconhecer uma oportunidade, uma benção, um presente da vida!

Abraços carinhosos!

domingo, 5 de agosto de 2012

Conversando sobre métodos e jogos...


Vamos conversar um pouco à respeito dos  jogos que podem ser feitos utilizando-se o Lenormand?
A primeira coisa que vou dizer é que são inúmeros! Eu arriscaria dizer que, potencialmente, são tão numerosos quanto a imaginação humana. Por outro lado,  nem todos os métodos são tradicionalmente usados pelo povo cigano (o que não invalida o método), ou se tornam conhecidos pela "comunidade" dos amantes do Lenormand. De fato, não conhecemos, eu pelo menos não conheço, a origem da imensa maioria dos métodos de uso frequente. Acredito que esses métodos surjam da intuição de alguém que, uma vez comprovando sua eficácia, passa a ensiná-lo e divulgá-lo. Muitas vezes os métodos surgem de algo que poderíamos chamar de inspiração, venha ela de um guia espiritual ou das profundezas de nossa alma. Mas como esses jogos são divulgados? Hoje, é bastante compreensível como isso se dá, afinal estamos em tempo de internet! Nossos blogs, ou sites, podem tornar conhecidos e divulgar, quantos jogos tenham sido utilizados por nós. Mas... Como isso de dava anteriormente?


Posso imaginar ciganas experientes ensinando, às jovens ciganinhas, desde os jogos de interpretação mais simples, aos mais exigentes. Passando-os de geração em geração, à volta das fogueiras dos acampamentos ou no interior de suas tendas utilizando, desde tempos remotos, as cartas comuns de jogar, e as lâminas de tarot ou tarocchi (que são anteriores ao Petit Lenormand, também conhecido como baralho cigano).



Como aconteceu com grande parte do conhecimento humano, o método oral de difusão da cartomancia, por ciganos e não ciganos, foi usado por longo tempo (e ainda o é), antes da invenção dos tipos móveis de impressão de Gutenberg, e da produção em massa de livros.
O importante, nesse caso particular, é que, em algum momento, essa arte particular ganhou a atenção de uma elite intelectual interessada em assuntos ditos esotéricos, ou herméticos, ou seja, ligados ao conhecimento doutrinário, ou filosófico, até então tidos como ocultos, ou de conhecimento apenas de determinados grupos. A partir daí, estudos, por exemplo, sobre os arcanos do Tarot tradicional passaram a fazer parte de obras escritas, saindo da transmissão pessoa-a-pessoa, e ganhando uma divulgação cada vez mais abrangente. Este fato abriu portas para que os mais variados decks de cartas surgissem e fossem divulgados, inspirados no tarot tradicional ou no baralho de jogar comum, ou em ambos! Sem falar que tanto o nosso Lenormand, como o Tarot tradicional, foram sendo estudados, não apenas por si mesmos, mas à luz de outras artes, ou ciências, ou doutrinas, como astrologia, numerologia, Kabalah, mitologias e seus panteões, como o egípcio, grego, africano, "Arturiano", celta, nórdico, wiccano...


... Enfim, hoje temos uma enorme variedade de livros sobre esses estudos, e de novos decks que surgem frequentemente. Alguns mantém os 36 arcanos do nosso Lenormand (o petit Lenormand), e suas interpretações tradicionais, acrescentando-lhes símbolos de outras artes, ou simplesmente modificando suas representações gráficas de acordo com uma estética que valorize uma visão pessoal do autor.



De qualquer modo, o principal elemento visual de cada carta do baralho Lenormand será facilmente reconhecido. Os que mantém essas características trazem a denominação "Lenormand" acoplada a seu nome, e suas cartas podem ser estudadas como as do Lenormand tradicional.
Com a produção industrial de decks tão variados, tornou-se usual a publicação de livretos ensinando, de forma muito reduzida, alguma coisa sobre as cartas, e sugerindo algum método de jogo. Desnecessário dizer que os métodos sugeridos variam bastante.
Acredito também que métodos de leitura das cartas do baralho comum, ou do Tarot, tenham sido adaptadas para serem usadas com o Lenormand (de aparecimento mais recente), ao mesmo tempo que, por suas características próprias, o baralho cigano (petit lenormand) tenha suscitado a criação de métodos a serem usados especialmente com ele. Imagino que assim tenha surgido o chamado Grande Jogo, ou Mesa Real, ou ainda Grand Tableau, o mais tradicional método de leitura dessas cartas! É preciso que se diga que até mesmo o método, tradicionalíssimo, da Mesa Real não é jogado com  variações tanto quanto à disposição das cartas, quanto ao que se deve considerar na leitura.


Para a Mesa Real,  usamos todas as 36 cartas do Lenormand, dando origem, portanto, à um jogo complexo e que exige bastante tempo para sua interpretação, bem como um grande conhecimento dos arcanos e suas relações. Talvez, por isso mesmo, tenham surgido tantos, e diferentes, métodos de leitura! - Para que certos assuntos pudessem ser vistos com mais rapidez, é claro! Como resultado, hoje temos tiradas que usam números diferentes de cartas, que vão de 01 a 36!

Na Mesa Real, cada casa corresponde a um determinado aspecto, inspirado pelo arcano de número correspondente. Por ex: Casa 5 está relacionada à saúde e força (energética) vital, já que o Arcano 5, a Árvore, nos fala sobre isso! Então relacionamos a carta que ocupa uma casa ao tema dessa casa. Como no grande jogo, existem outros jogos que têm os significados de suas casas também marcados, embora usem um número menor de casas,  dispostas segundo um padrão que propicie uma leitura mais direta ou simplificada .
Outros jogos que usam um número bem menor de cartas, e não têm casas ou posições marcadas, devem  ser lidos como uma história que se desenrola, ou como uma frase. Esses são os jogos de leitura livre e exigem também muito domínio da interação entre as cartas, para que se possa uni-las de modo a adquirirem um sentido.
Algumas pessoas usam, com sucesso, os jogos que respondem apenas SIM ou NÃO, de acordo com a polaridade das 03 cartas que saírem (positivas, negativas ou neutras), sem levar em conta o significado das mesmas.
Alguns jogam usando uma carta tema, para potencializar a natureza do assunto a ser estudado, atraindo assim os arcanos que melhor expressam o aspecto/estado presente daquele tema... Outros preferem tirar um número X de cartas e lê-las livremente. Neste caso, se entre elas sair a carta tema, que representa o assunto sobre o qual se quer uma resposta,  ela será considerada como uma confirmação, uma dica de que se está diante de uma resposta particularmente clara e acurada. ;)

Enfim, como disse no início, são inúmeros os métodos usados. Qual, o melhor?

O melhor é, e será sempre, aquele com o qual nos sentimos mais à vontade, por já nos ter respondido, com eficiência, inúmeras vezes. Sim... Para sabermos qual é, em determinadas circunstancias, para nós, o melhor método, temos que praticar, repetir, e experimentar!
Por outro lado, é inegável: Não há método mais abrangente que a Mesa Real. Ela fala de pelo menos 36 aspectos da vida, e fala do passado, do presente, e de um futuro provável. Quando eu disse "pelo menos 36", eu estava me referindo ao fato da leitura não se limitar às 36 casas, mas ir muito além! Há histórias a serem lidas nas colunas verticais (que falam do tempo), nas cartas que circundam cada casa, nas chamadas 4 extremidades da mesa, além do que se pode ler horizontalmente, e as mensagens que aparecem ao retirarmos as cartas da mesa, duas a duas!
A mesa real pode parecer difícil, e de fato é rsrsrs...mas é também um grande desafio, uma grande viagem, uma delícia de enigma a ser decifrado, e a melhor representante da magia das cartas ciganas! ;)
Vamos continuar o estudo dos arcanos ao mesmo tempo que iremos começar a exercitar métodos de jogos. O que acham?

Deixo com vocês meu carinho!

Espero suas sugestões... Deixem seus recados ;)